Muito além de um Símbolo
O Senado aprovou um projeto de lei que substitui o Símbolo Internacional de Acesso pelo Símbolo Internacional de Acessibilidade, e entrevistamos a Profa. Jacyara Faion, para falar sobre o tema: “Por muitos anos, o símbolo internacional de acessibilidade, a imagem da cadeira de rodas azul, foi a representação universal das pessoas com deficiência, criado em 1968 por Suzanne koefoed uma desenhista dinamarquesa que ganhou um concurso de designer, este símbolo foi escolhido através da Organizações das Nações Unidas (ONU). Esse ícone teve um papel importante de direitos e garantia de espaços adaptados. No entanto, à medida que a sociedade evolui em sua compreensão sobre as diferentes formas de deficiência, surgiu a necessidade de um símbolos mais inclusivos, destacando-se uma nova representação que não apenas contempla as deficiências físicas, mas também inclui as neurodivergências, como o autismo, o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), a dislexia e outras condições cognitivas. A criação desse novo símbolo amplia a visão sobre acessibilidade, complementando e trazendo visibilidade as necessidades específicas de pessoas neurodivergentes que muitas das vezes são invisibilizadas por falta de rampas, banheiros inacessíveis, ausência de sinalizações.
Símbolo de acessibilidade ampliada significada:
FORMA HUMANA ESTILIZADA: A figura central representa uma pessoa de braços abertos, em uma postura de acolhimento e inclusão. Ela transmite a ideia de autonomia, presença e dignidade.
CÍRCULO AO REDOR: O círculo completo sugere totalidade, comunidade e a ideia de um sistema que envolve e protege, mostrando que todos fazem parte de um ambiente acessível.
PONTOS INTERCONECTADOS: Os pontos ligados simbolizam conexões cognitivas, diversidade de pensamentos e experiências sensoriais. É uma referência direta à neurodiversidade e aos diferentes modos de perceber, aprender e se comunicar.
CORES SUAVES (AZUL CLARO): A escolha de tons calmos como o azul claro está associada à tranquilidade, empatia, harmonia e valores importantes para ambientes inclusivos e acessíveis cognitivamente.
Sua adoção representa um passo importante para garantir que a acessibilidade não se limite apenas ao espaço físico, mas também alcance ambientes comunicacionais, educacionais e sociais.
O símbolo também funciona como ferramenta de conscientização. Em um mundo que ainda caminha para uma verdadeira inclusão, a adoção do novo símbolo é um marco, ele lembra que acessibilidade vai muito além, passa pela aceitação das diferentes formas de pensar, aprender e interagir.
Portanto, um convite para que todos as instituições públicas e privadas, atualizem suas práticas e promovam a acessibilidade em seu sentido mais amplo.
A acessibilidade não é um favor, é um direito garantido as pessoas com deficiência e necessidades específicas”.
Redação: Profa. Jacyara Faion – Pós Graduada em Educação Especial, e especialista em Autismo e Neurodesenvolvimento Infantil.
Diana Vale – Letróloga