“Ambiente limpo não é o que mais se limpa, mas o que menos se suja”
A citação, que foi atribuída a Chico Xavier não é difícil de interpretar. Basta olhar para nossa cidade de Palmas. O poder público Municipal contrata empresas através de Licitação para a coleta seletiva de resíduos e também roçadas, jardinagens e outros serviços de limpeza. Vez que outra estes processos vencem e a nova licitação tem uma demora maior que o programado e isso acontece por “N” motivos, seja por recursos entre as empresas que estão disputando a vaga, seja por outros critérios. E é quando o serviço deixa de ser prestado que a verdade aparece, como que se fosse tirada de baixo do tapete. A pergunta que já vem como resposta é, eventualmente, quem colocaria essa sujeira às escondidas? Ora, se a sujeira não aparece quando o serviço é prestado ordinariamente, resta refletirmos sobre quais circunstâncias levam à poluição. E podemos mergulhar ainda mais neste exercício sobre sujeira e limpeza comparando Palmas com outras cidades. Por que há cidades em que é visível um embelezamento impecável e outras em que os moradores parecem estar vivendo em meio a um verdadeiro “lixão”? Por certo não quero classificar Palmas em nenhum desses exemplos, mas também temos que ser verdadeiros, afinal nossa cidade pode, isto sim, estar classificada entre os dois pólos. Mato e lixo são condições humanas. Enquanto que para a primeira é necessário ação humana no sentido de cortar, aparar, roçar, para a segunda a ação humana deve ser feita no sentido de descarte correto. O que faz uma criança abrir a um doce, um salgadinho ou mesmo tomar um refrigerante e descartar a embalagem em qualquer lugar? O mesmo que faz um adulto a agir da mesma forma com suas carteiras de cigarro, latinhas de cerveja e outras embalagens. Trata-se de um comportamento que chega a ser cultural, empírico ou mesmo pura aprendizagem. Mas, se tudo o que é visto é aprendido, o que acontece em nossa cidade para que as pessoas aprendam erroneamente a sujar em vez de manter limpo? Trazendo como máxima deste debate a frase atribuída a Chico Xavier, podemos entender que realmente a sujeira de um ambiente não está na capacidade das pessoas que nele vivem de o limpar. E se assim o for, o mundo não precisaria de limpeza se todos fizessem o que precisa ser feito: não sujar. Os serviços públicos estão à nossa disposição a duras penas. O valor investido em serviços de limpeza só é necessário quando o serviço é necessário. Mas as roçadas, limpeza de lotes, passeios públicos e também o descarte correto poderia ser um hábito positivo de cada cidadão. Se assim o fosse, é possível acreditar então que as cidades mais limpas são habitadas por cidadãos que menos sujam? E o que dizer das cidades mais sujas? Seriam habitadas por cidadãos que mais sujam? A resposta está em suas mãos, caro leitor, afinal, repetindo a citação de Chico Xavier e em alusão a este texto, pode ser adotada como inspiração para este ponto de vista: “Ambiente limpo não é o que mais se limpa, mas o que menos se suja”.
Atenção: esta coluna é escrita e editada pelo jornalista Rodrigo Kohl Ribeiro MTB: 18.933, de sua inteira e irrestrita responsabilidade. Qualquer sugestão ou crítica, pode ser enviada para o e-mail joaopimentadepalmas@gmail.com ou pelo WhatsApp 46 98820-4604.