Pertencer é mais do que estar — é ser reconhecido

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Quando eu era criança e alguém perguntava meu nome, logo em seguida vinha a pergunta:
“De que família?”
Mais tarde, nos jogos da escola em outras cidades, perguntavam:
“De que cidade?”
E já adulta, era inevitável:
“Trabalha onde?”
Sempre depois do nome, vinha a tentativa de localizar.
De entender a qual história eu pertencia.
Todos queremos saber — de onde você vem? Onde você se encaixa? O que te faz parte?
Pertencer não é só estar em um lugar.
É ser reconhecido por ele.
É quando o espaço, a cultura, os rostos ao redor nos dizem, mesmo em silêncio: “você é daqui.”
Neste aniversário da cidade, esse sentimento volta à tona.
No dia 14 de abril, Palmas completa 146 anos — e a data não carrega apenas um número, mas uma memória coletiva.
Não apenas por orgulho geográfico, mas porque é nela que pessoas passaram, pessoas ficaram, pessoas contaram suas histórias aqui.
Pessoas que lutaram, trabalharam, sonharam e defenderam estas terras com a alma.
É por isso que guardamos referências afetivas: não pelas placas nas ruas, mas pelos encontros que ali aconteceram.
Não pelas construções, mas pelas vidas que nelas se desenrolaram.
A cidade é mais do que ruas e prédios — é palco de vínculos. É território de afeto.
E com as marcas, acontece o mesmo.
Se uma pessoa sente que uma marca entende seu mundo, fala sua língua e compartilha seus valores… então ela também sente que pertence.
E quem pertence, cuida. Defende. Indica. Permanece.
Marcas que constroem esse senso não vivem de alcance.
Vivem de laço.
De significado.
De presença verdadeira.
Porque no fim das contas, pertencer é isso: sentir-se em casa.
Mesmo fora de casa.