Comportamento da inflação e variação do dólar entre 2000 e 2021

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Comportamento da inflação e variação do dólar entre 2000 e 2021

Inflação é o aumento contínuo e persistente dos preços de produtos e serviços, causando perda do poder aquisitivo. É calculada por índice IPCA do IBGE, que mede a variação de preços da cesta de produtos e serviços consumida pela população. A inflação entre janeiro/2000 a dezembro/2020 totaliza 250,7%; no mesmo período, o real em relação ao dólar desvalorizou 265,5%.


Segundo o Instituto Rio Grandense de Arroz, a saca de 50kg de arroz em casca em 2000 era R$ 12,10; R$ 73,25, em 2020. Portanto, subiu 505,3%, enquanto a inflação foi 250,7%. Se somar as variações das desvalorizações do real frente ao dólar, o valor é 265,5%, no mesmo período. Então, considerando a variação do dólar, saca de arroz que valia $ 6,17 (R$ 12,10) deveria equivaler a R$ 32,02 ($5,19), em dezembro de 2020. Entretanto, o valor de mercado naquela data é R$ 73,25, equivalente a $ 14,11.



A variação do dólar é diária e oscila ao longo do dia pela variação de oferta e demanda do mercado: quando sobra dólar no mercado, a cotação fica mais baixa. Quando tem mais gente comprando dólar, a cotação sobe. As variações do IPCA (inflação oficial do Brasil) e a do dólar ocorrem por causas diferentes, mas são instrumentos referenciais de alterações de preços.
A variação dos preços não segue apenas índices inflacionários, dólar ou variação da taxa Selic, mas principalmente variações de demanda e de oferta na Bolsa de Chicago. Nesta bolsa, atualmente, os preços futuros do arroz em casca dispararam, impactados principalmente por enchentes que afetaram as plantações em Arkansas (EUA) e também o ingresso de fundos de investidores em negociações e aumento de número dos contratos. Economia é algo complexo, pois se exige analisar múltiplas variáveis.
Com base nos dados apresentados, provavelmente, a inflação continuará persistente, em crescimento, e desvalorização contínua  do real frente ao dólar. Nossa moeda fraca auxiliará na melhoria do comércio internacional, principalmente nas commodities, melhorando o fluxo da balança comercial; a Selic deve fechar 2021 com mais de 7%. Logo, juros duplicando, inflação em alta – principalmente em alimentos e combustíveis –, desemprego na estratosfera, desigualdade social, fome, e efeitos da pandemia e da política não preveem prosperidade para 2022.