O diabetes mellitus (DM) é uma doença metabólica crônica caracterizada por níveis elevados de glicose no sangue (hiperglicemia), resultantes de defeitos na secreção ou na ação da insulina. O DM é classificado em três categorias principais: tipo 1, tipo 2 e diabetes mellitus gestacional (DMG).
O DMG é uma condição que pode afetar mulheres durante a gestação, trazendo riscos para a mãe e para o bebê. Muitas gestantes ainda desconhecem os perigos dessa doença, tornando essencial a conscientização sobre sua prevenção, diagnóstico e tratamento. Pensando nisso, um projeto de conscientização foi realizado por meio de uma palestra na Clínica da Mulher, de Palmas, reunindo diversas gestantes para oferecer informações essenciais sobre o tema.
Diversos fatores podem influenciar o DMG, como histórico familiar, sobrepeso, sedentarismo, idade avançada e síndrome do ovário policístico (SOP). Além disso, gestantes que já tiveram DMG em gestações anteriores também têm maior probabilidade de desenvolver a condição novamente. As consequências do DMG podem ser graves. Para o bebê, há risco de macrossomia fetal (crescimento excessivo do bebê), hipoglicemia neonatal e maior predisposição ao DM tipo 2 na vida adulta. Já para a mãe, os riscos incluem complicações no parto, devido à macrossomia fetal, pré-eclâmpsia e maior probabilidade de desenvolver DM tipo 2 após a gestação.
O DMG apresenta alguns sintomas. A vontade frequente de urinar ocorre devido ao excesso de glicose que o corpo tenta eliminar, levando a um aumento na frequência de idas ao banheiro. Infecções urinárias ou na pele podem acontecer com maior frequência também. A sensação de boca seca é causada pela desidratação resultante da maior eliminação de líquidos. O aumento do apetite e da sede pode indicar que o corpo não está utilizando corretamente a glicose. O ganho excessivo de peso, tanto da mãe quanto do bebê, pode sinalizar dificuldades no controle do açúcar no sangue. O cansaço excessivo, caracterizado por uma fadiga intensa que não melhora com descanso, também pode estar relacionado a altos níveis de glicose no sangue.
O diagnóstico do DMG normalmente envolve a medição da glicemia em jejum, sendo necessário mais cuidado quando o valor for ≥ 92 mg/dL. Também é comum fazer o teste oral de tolerância à glicose, entre a 24ª e a 28ª semana de gestação. Se o resultado for maior ou igual a 180 mg/dL após 1h, ou 153 mg/dL após 2h, o diagnóstico se confirma.
O tratamento inicial do DMG consiste em modificações no estilo de vida, com uma dieta balanceada e a prática de atividade física regular. O plano alimentar deve ter prioridade em alimentos de baixo índice glicêmico. A atividade física, de intensidade moderada, deve ser realizada por pelo menos 30 minutos por dia. Essas medidas são suficientes para controlar a glicemia na maioria dos casos. Quando o controle glicêmico não é atingido em duas semanas de tratamento não farmacológico, deve-se iniciar a terapia medicamentosa. A insulina é considerada o tratamento de escolha por sua eficácia e segurança durante a gestação.
Ana Luiza Castilho da Silva
Ana Yara Lima Siqueira Coutinho
Francieli de Lima Matos
Gabrielli Karina de Moraes de Mello
Marisete de Fátima Candiotto Jurgensen
Melissa Cristine da Silva Ramos
Estudantes do Curso de Farmácia do Instituto Federal do Paraná (IFPR) Campus Palmas