Dr. Célio Schernosk Ribas fala sobre o momento em que o IML e o Banco de Sangue foram desativados em Palmas e lembra a conquista da UTI

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Bisneto de Simplício Oliveira de Sá Ribas, quarto prefeito da história de Palmas (entre 1887 e 1888), com fotografia no museu e tudo, Dr. Célio Ribas, assim conhecido na cidade tem uma história e conhece fatores locais que se confundem com a própria linha do tempo do Município. E ele brinca: “Sou palmense desde 1830! Sinto orgulho.”
Ribas lembra que a conquista do banco de sangue aconteceu enquanto foi Secretário de Saúde de Zeca Almeida. Conta que estavam em reunião com Dr. Armando Raj, Secretário de Estado de Saúde, “foi que citei a situação de Palmas sobre o problema de sangue. Tinha mães vendendo cobertores e poucas coisas que tinham para conseguir sangue vindo de Pato Branco”, lembra, contando que através deste contato conseguiu implementar o Banco de Sangue em Palmas.
Dr. Célio recorda que naquela época os Bancos de Sangue eram apenas nas regionais de Saúde “e Palmas ganhou o banco de sangue sem ter Regional. Funcionava na parte de cima da Rodoviária. Tinha até cadastramento de doação de medula óssea, que era distribuída para o sistema global. Palmas acabou sendo referência pela qualidade do sangue. Agora, na realidade Pato Branco nunca nos engoliu com esse Banco de Sangue, fechado em 2009, após o governo de João de Oliveira”, lamenta.
Outra conquista elencada por Ribas foi a UTI. “Levei esse pleito ao prefeito, mas a iniciativa teve reprovação dos técnicos estaduais. Foi aí que no jogo político de João de Oliveira e deputado Anibelli, conseguimos a UTI. Dr. Ademir Pelizzari pode confirmar tudo isso. Construiu o prédio, comprou os equipamentos. Politicamente correu-se atrás do credenciamento e saiu muito rápido”, alegra-se.

IML

Segundo Dr. Célio, sempre que acontecia morte que precisasse de IML, era muito difícil.
Certa vez, conversando com um parente que era amigo do chefe do IML Curitiba, o então Secretário conseguiu o número e telefonou para ele. “A tentada é livre”, brinca. O Chefe lhe perguntou se conhecia o Ronaldo Silveira, que era o chefe do IML de Pato Branco. No fim da história ele tinha relação com todos, seja de amizade, aluno ou colega de formação. “Assim foi montada a equipe do IML, que funcionava na sala ao lado da entrada à esquerda. Foram feitas cerca de 633 necropsias”, empolga-se Ribas.
Mas ele por fim esboça uma tristeza no olhar. “Infelizmente por questões mesquinhas o IML foi fechado. Teve um boato que o prefeito depois do João de Oliveira não quis ceder um motorista para dirigir o “rabecão” e por isso o IML foi fechado. “Tudo é questão política, questão de ter prestígio, alguém que faça, seja honesto e trabalhe pela cidade e não em proveito próprio. A honestidade é o vocábulo principal em uma situação política, que é ausente hoje, não na política de Palmas, mas do Paraná, do Brasil e do mundo”, finaliza.

INICIATIVA PARA A RETOMADA AO IML

Em 2022 o pedagogo e jornalista Rodrigo Kohl Ribeiro participou enquanto Delegado, da IX Conferência Estadual de Saúde, na qual coletou 800 assinaturas, defendeu e a provou uma moção para a instalação de uma unidade do IML em Palmas, restando apenas que políticos palmenses lutem pela efetivação desta, que tornou-se uma política pública nesta Conferência.

Fonte:
Pimenta de Palmas Notícias