Eu sou do Centrão. Eu nasci de lá.

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Na convenção do PSL em 2018, o Gal. Augusto Heleno cantou no microfone do partido “Se gritar pega centrão, não fica um, meu irmão, e ainda disse: O Centrão é a materialização da impunidade”. Em abril de 2020, Bolsonaro anunciou aos berros: “Não queremos negociar nada. Acabou a época da patifaria, agora é o povo no poder!” Para contrapor essa inverdade, assiste-se indo à nomeação do Senador Ciro Nogueira, um dos chefões do Centrão, para a Casa Civil no lugar do Gal. Eduardo Ramos. Aliás, em 31 meses de governo, Bolsonaro fez 24 mudanças nos seus ministérios.
O poder é um jogo de aparências e governar é atividade complicada e trabalhosa. O pior é que o povo brasileiro não percebe isso e até deixou de ser agente de sua própria história para se tornar espectador passivo e indiferente. O povo brasileiro é vítima de fascistas que recrutam pessoas excluídas da sociedade e se aproveitam dessas vítimas alquebradas, subjugando-as, fingindo que elas fazem parte do grupo que agride, ofende, desrespeita, humilha, afronta supostos vilões que defendem a democracia, o país, os oprimidos e os necessitados.
Muitos bolsonaristas saíram do armário, tiraram suas máscaras e passaram a exibir a pior versão de si mesmos, demonstrando mesquinhez, desumanidade, egoísmo, violência e sadismo. No seu videoclipe íntimo, acreditam que fazem parte do governo e do poder, entretanto, são apenas massa de manobra. Essa gente vive uma psicose coletiva e não se importa se têm amigos ou parentes: simplesmente vivem em seu êxtase particular, onde lá um herói salva o país de monstros que só existem dentro de si.
Essas pessoas acreditam em uma figura autoritária e impositiva que objetiva enfeitiçar os que o seguem – e vive de conduta espalhafatosa, frases grosseiras, de ameaças, discursos inflamados e estimula o ódio e o ressentimento. Se cerca de cópias de si próprio, pessoas fracas, desconhecedoras da verdade, dispostas a todo tipo de serviço. No fundo, esse mito é só uma produção de imagem com a qual pretende chamar atenção à sua condição de escolhido e ou de suposta vítima. Ele é, na verdade, o inimigo da educação e detesta cidadãos educados porque estes desejam que a democracia funcione de modo pleno para que haja uma economia de bem estar.
É preciso trabalhar para a montagem de um Brasil melhor, com mais emprego, excelente oferta da educação, segurança, saúde e vacinas; sem exclusão social, fome e vítimas de violência e pandemia. É necessário falar de limites, pactos e leis, definir o que pode e não pode fazer, demonstrar verdade, modelo de comportamento e limites. Somente com essas atitudes coletivas é que se funda uma civilização melhor.