Infeliz desigualdade

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O Brasil está entre os países mais desiguais do mundo cujas diferenças são profundas e estruturais, lançando os mais pobres em condição de enorme vulnerabilidade. A precarização de moradia, condições sanitárias, saúde, educação e necessidades de busca diária pelo pão de cada dia afetam desproporcionalmente os mais pobres. Reduzir o hiato social não tem lado; é medida de justiça.

Neste cenário, é assustador falar que justiça social seja tema esquerdista em um país onde parcela imensa da população vive abaixo da linha de pobreza. A miséria aumentou no país, com 13,5 milhões de pessoas sobrevivendo com renda mensal per capita de até R$145,00. Segundo o IBGE, a taxa de desemprego é 12,9% (aqueles que ainda procuram emprego). Na área da saúde, o governo federal, em plena pandemia, só conspirou em desfavor das medidas de preocupação da disseminação do vírus. Assustadoramente, a preocupação do governo foi militarizar o Ministério da Saúde.

Pela primeira vez na história recente, mais da metade da população brasileira em idade de trabalhar não têm ocupação, segundo dados da Pnad – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios e do IBGE. Atualmente, há mais gente fora do mercado de trabalho e desempregada – 87,7 milhões de brasileiros – que trabalhando. A população ocupada desceu a 85,9 milhões de pessoas, a menor da série da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Pnad contínua.

Em apenas um trimestre, mais de 2,5 milhões de vagas com carteira assinada foram extintas. Porém, os mais afetados foram os que atuavam na informalidade: 5,8 milhões de pessoas nessa condição perderam sua ocupação em meio à pandemia. Mais de 9 milhões deixaram a força de trabalho em apenas um trimestre, e a população inativa, que inclui quem não estava trabalhando nem procurando emprego, subiu a um recorde de quase 75 milhões. O número de desalentados, que não buscam trabalho por acharem simplesmente que não conseguirão vaga alcançou o auge de 5,4 milhões.

A Educação é a saída para o país. Todavia, o Ministério da Educação está ausente durante toda a pandemia no processo de ensino remoto que estados e municípios tiveram de colocar de pé em semanas. Não houve coordenação do governo federal, que tem justamente esse papel. Com a omissão do MEC, o Conselho Nacional de Educação, formado por representantes da sociedade civil, especialistas em Educação, que têm o papel de avaliar políticas públicas nacionais, passou a fazer, de fato, as políticas públicas.

As pessoas invisíveis, que vivem no submundo, no desamparo, precisam de ajuda! Não é possível fechar os olhos à dor alheia, cuja maioria do povo sofre com a falta de emprego, educação, saúde, moradia e segurança. Precisam-se líderes que apontem ao norte, tomem atitudes, forjem condições à criação de empregos, tenham compaixão, invistam em empreendedorismo, sistema de saúde, segurança e educação. Neste momento, importa mais com o que se faz ao que se pensa!