Moeda brasileira: o real digital

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O atual governo prometeu, durante a campanha eleitoral de 2018, reforma estrutural como a redução da dívida pública, reforma administrativa e privatizações. Todavia, nada se fez em três anos! Não sabem como reduzir endividamento, erradicar pobreza ou como fazer para o país crescer e se desenvolver. O ministro da economia é um apostador do mercado financeiro e não entende nada de políticas públicas; é na verdade o “poço Ipiranga” e não o “posto Ipiranga”.

O PIB brasileiro caiu no terceiro trimestre de 2021, queda do segundo trimestre consecutivo, fato que caracteriza recessão técnica. Por outro lado, a indústria brasileira acumula queda de 3,7% nos últimos cinco meses seguidos de recuo: a produção encolheu. A fraqueza industrial é problema de curto e longo prazo. A debilidade industrial empobrece perspectivas da economia brasileira resultando retrocesso histórico. Há uma década, o Brasil caracteriza-se como um país em processo de desindustrialização.

A economia brasileira vive um quadro de incertezas: o mapa da miséria do povo divulgado pelo IBGE na última sexta-feira demonstra que 51 milhões de brasileiros sobreviveram em 2020 com menos de R$ 450,00 ao mês, indicando agravamento da pobreza. O Brasil está estagnado, inflação elevada, alto nível de desemprego, taxa de juro alta, renda familiar despencando e indústria prostrada. A gestão Bolsonaro é sinal de desastre econômico.

Espera-se que os resultados de 2022 dependam do comportamento do PIB, flutuando de acordo com a variação de teto de gastos, aumento da taxa de juro, queda de preços nas ações da B3, desvalorização cambial, comportamento da variante Ômicron e da normalização do fluxo de mercadorias internacionais. As atitudes anticientíficas de Bolsonaro – desmonte de instituições e de políticas educacionais, criminalização da cultura e queda de cinco meses da produção industrial – refletirão negativamente em 2022.

Mesmo diante de todos os problemas, o Banco Central do Brasil prepara a viabilização do Real Digital, moeda virtual prevista para lançamento em 2022. Ela será armazenada em carteiras digitais em instituições financeiras e será usada, por enquanto, somente para transações eletrônicas. O Real Digital estará sob controle do Banco Central ao contrário das outras criptomoedas. A nomenclatura desse tipo de moeda é CBCD (moeda digital do Banco Central). Ela usará a plataforma do blockchaín (usada para hospedar o bitcoin).

Outros países já tomaram essa iniciativa, como Bahamas (já em operação) China, Japão e Coreia. A Federação Brasileira de Bancos criou um grupo de trabalho para debater a implantação e a operacionalização do Real Digital. A intenção do BC é utilizar essa criptomoeda brasileira em diversas formas como quando, por exemplo, se programasse o pagamento de um produto cujos valores fossem liberados automaticamente no aceite do comprador, informando que estava de posse do produto. Também seriam aplicados a transferências internacionais, pagamentos offline e internet de coisas.

O Brasil é espetacular quando se arvora no setor financeiro privado, especialmente bancos; entretanto, é urgente focar crescimento e desenvolvimento da economia, emprego, atitudes para tirar os milhões de cidadãos brasileiros da miséria. No próximo ano, oportunizar-se-á em votar em alguém que tire o país do fundo do “poço Ipiranga”: presidente experiente e capaz de alavancar educação, saúde, segurança, emprego, indústria, comércio, diminuir inflação e taxa de juros. Pense bem!