O Brasil precisa de quê?

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O avanço no conhecimento e na história da evolução humana orientam-se no pluralismo de ideias, etnias e gênero. Por isso, é necessário discutir, aprender a se posicionar e a ceder à opinião alheia. Então, por que defender o indefensável e persistir no erro? Há mais de 600 mil mortos pela Covid-19, pobreza disparada sem conseguir deter os efeitos maléficos do crescente empobrecimento. A inflação de 10,25% nos últimos 12 meses é sinônimo de fome, alta demasiada no preço da comida. O povo brasileiro tenta manter a proteína na alimentação em ossos e pés de frango.
O juro continua crescente; o desemprego, muito acima de qualquer expectativa. Tem-se a impressão de que os brasileiros mais necessitados não têm apoio na escassez, carestia e desemprego: o atual governo virou as costas aos pobres e ainda acha um absurdo o povo querer feijão, arroz, carne, absorvente e vacina ao invés de fuzis, cloroquina e ivermectina. O Brasil vem ficando para trás na recuperação econômica com alta taxa de desemprego e de investimento menor que a média histórica. Só na cidade de São Paulo, há 66 mil pessoas morando nas ruas. Logo, não há muita perspectiva de crescimento e, por outro lado, percebe-se o crescimento comprometedor da inflação. O quadro piora se somarmos os dois indicadores, porque a inflação ocorre num momento em que os pobres perderam a renda, e ainda mais sobre o efeito do crescimento da conta de energia, combustível e gás. O motivo inicial do choque inflacionário é a somatória de fatores como escassez de insumos industriais, preços de commodities em alta, crise de energia e desvalorização exagerada do real frente ao dólar.
Desde 2015, o PIB brasileiro está em declínio. Um estudo da Fundação Getúlio Vargas afirma que o PIB do Brasil de 2021 está no mesmo nível do final de 2019, e que somente em 2023 voltará ao nível de 2014. No mesmo estudo, especula-se que, em 2025, se atingirá crescimento de 7,5% maior que 2014. A perspectiva de crescimento do país é lenta. A FGV chama a atenção que este é um cenário otimista. Resumindo: o crescimento do índice do PIB de 2014 a 2025, período de 11 anos, preveem-se só 7,5%. Não houve, desde 2017, qualquer plano para lidar com pobreza, saúde ou estabilização da economia.
Na última semana, Bolsonaro informou que o Brasil deve se preparar para problemas de abastecimento em 2022, pois os fertilizantes ficarão muito mais caros e que faltará comida. Na lógica bolsonarista, o governo não precisa apresentar nenhum resultado, e é isso que precisa ser resolvido: um projeto para o nosso país. Há, obviamente, muita indefinição sobre projeções de crescimento em 2022, e como Bolsonaro só trabalha para sua reeleição, é improvável que seu governo tome medidas para diminuir as incertezas.
Essa combinação de juros e inflação inibe um movimento de retomada de investimentos. Quanto mais altas as taxas de juro, menor o crescimento. Com juro alto, o dinheiro fica caro e não dá para investir. As aplicações financeiras perdem da inflação. Falta um ambiente político para o crescimento e ao desenvolvimento. É preciso garantir a volta de empregos e a geração de renda à população, além da educação que é o pilar para a conquista de melhores rendimentos.
Para desarmar os incautos, estourou o escândalo dos Pandora Papers de Guedes (Ilhas Virgens) e Campos Neto (Panamá), envolvendo dinheiro em contas no exterior: eles escondem esses recursos para evitar o pagamento de impostos. O mais grave é que suas atividades como membro do 1º escalão do governo repercutem nas suas contas no exterior. Guedes aparece num vídeo na internet defendendo que não se taxem os recursos em paraísos fiscais, ideias intrínsecas ao capitalismo. A Caixa de Pandora foi aberta e revela todas as maldades dos dirigentes do nosso país. É preciso não ter vergonha na cara e não amar a Pátria quando se defende essa gente!