O que esperar?

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As eleições ocorrerão em 120 dias e ainda se vê cidadãos defendendo políticos que colaboraram na disseminação de pobreza, fome, desemprego, desprezo por 667 mil mortos pelo Covid-19, caos na saúde, educação, desespero dos desprovidos, despreparados e vítimas do sistema. Parece que o medo primitivo interior leva muitas pessoas a escolherem um líder aparentemente forte para se sentirem seguros. Confessar medo ou culpa parece ser vergonhoso. A população faz escolha de políticos incompetentes, desastrosos em nome da segurança primária e até imatura.

Enquanto isso, quase 30% dos jovens com 15 anos têm defasagem no aprendizado do Português e Matemática, e não alcançaram o nível ideal de formação educacional. Grande parte da juventude no Brasil não tem acesso às coisas básicas, e crescem sem entenderem o que é o país. É isso que se vê também nos adultos com muita dificuldade de entender o que realmente se vive em termos de economia, política e sociedade. O número de analfabetos funcionais cresce a cada dia e a educação desce as escadas em solavanco.

Os cortes governamentais na educação prejudicam a própria população, que, em parte, se orgulha de ignorar a realidade e defender quem está prejudicando o futuro da nação. É incompreensível que milhões saem às ruas para apoiar motociatas, marcha de evangélicos, inaugurações inexpressivas e ficar apoiando golpe de Estado em nome de inescrupulosos, assim como bravatas contra setores da democracia.

Sente-se o crescimento da inflação diário em supermercados, principalmente de alimentos, combustível e gás de cozinha. A inflação medida pelo IPCA acumula 17% desde março de 2020; enquanto isso, a inflação de alimentos cresceu, no mesmo período, 25,8%. Famílias das classes D e E gastam 60% dos seus salários em alimentação, energia elétrica e gás de cozinha. Isso é vergonhoso e ficará registrado na história como um período obscuro, onde grande parte da população virou as costas aos pobres.

Não se pode aceitar que alguém desmonte a máquina pública, enfraqueça o Judiciário, arme milícias e incentive militares para um golpe de Estado, e jogando os pobres em vala comum, enquanto partidos políticos embriagados com o monumental financiamento público do orçamento secreto destroem a economia. Os riscos são reais e os defensores da democracia não podem se dar ao luxo de ficar na arquibancada assistindo ao majestoso Brasil ir à bancarrota.

 Este período de ultraliberalismo ficará na história brasileira como eleição de um populista autoritário, e que as forças comprometidas com o desenvolvimento do Brasil que deveriam estar preocupadas com meio ambiente e crescimento da economia estão em silêncio, deixando a população se armar, ficando de costas ao progresso e ao bem-estar de todos. Infelizmente, essa gente não está à altura da grandeza e da fortuna que o país tem para todos.