Orçamento e Pátria

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A pesquisa realizada pelo instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria de São Paulo – IPEC, em 128 cidades de maneira presencial, com duas mil pessoas, expõe que o desemprego é considerado o maior problema do Brasil. A inflação e a fome que não apareceram na pesquisa de 2018 vieram à tona; e o trabalho informal continua em torno de 40% dos trabalhadores.

Quando a incerteza é evidente, empresários resistem em investir, fato que compromete a criação de empregos. É necessário aumentar escolaridade do trabalhador e qualidade do ensino, assim como reduzir incertezas políticas e fiscais, porque o Brasil precisa voltar a crescer, e está preso na armadilha de baixo crescimento. Há muita desigualdade social, econômica, cultural e racial entre pessoas e povos.

O orçamento público foi capturado (orçamento secreto) pelo Congresso que atende aos interesses de parlamentares e de privados. Infelizmente, o presidente do Brasil está fragilizado: não consegue governar porque não é o dono do orçamento, pois cedeu aos colegas parlamentares e acabou solapando a democracia. A corrupção só perde para o desemprego como o maior problema do Brasil.

No orçamento para 2023, existem sinais de deterioração porque a peça orçamentária é frágil e serve para demonstrar o desleixo da gestão financeira pública: as receitas estão superestimadas e isso vai emparedar a próxima gestão. Será necessário um grande esforço para restabelecer a ordem fiscal. Além da incompetência administrativa e insensibilidade, o proposto subestima a inteligência da sociedade. Nos últimos anos, o governo destruiu o teto de gastos, mas alegava que, no curto prazo, a execução fiscal ia bem
E o que esperamos para a passagem dos nossos 200 anos de independência? Comemorações saudáveis ou será marcada por um espetáculo de pobreza de espírito político? Os líderes deveriam estar preocupados em unir e pacificar o país e libertar os símbolos da Pátria, hoje nas mãos de fascistas. Compreender as mudanças no país nos ajuda a construir o presente e o futuro. O Brasil precisa mesmo é de administração, eficiência, honestidade e gestão.

O ministro, Luís Barroso, diz que o Sete de Setembro será decisivo para revelar o destino brasileiro, caso se transforme num dia de ataques às instituições. O comitê de campanha de Bolsonaro manteve contatos com movimentos de rua conservadores para alinhar as manifestações convocadas para o dia 7. Bolsonaro pretende dar uma demonstração de força para encurralar o Congresso Nacional e o STF. Suas duas bandeiras são o voto impresso e o impeachment do ministro Alexandre de Moraes. Essas são as justificativas para os atos nos quais Bolsonaro se fará presente em São Paulo e Brasília, em 7 de setembro. O verdadeiro objetivo é transformar a data numa conclamação para uma ruptura institucional, o fim do Brasil democrático, o fim dos tempos.