Peça desculpas!

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Quantas vezes já não ouvimos esta frase quando éramos pequenos? E quantas vezes já dissemos aos filhos e alunos? Pergunta: quando você obriga o filho a pedir desculpas, ele se desculpou, se retratou? Ou repetiu as palavras que você mandou? A questão do pedido de desculpas ultrapassa a camada social da situação, ela vai mais fundo: para ser genuíno o pedido de desculpas, a criança precisa sentir empatia pelo que houve com o outro. E para crianças pequenas este conceito ainda está começando a se desenvolver. Primeiro a criança se entende como “gente” só depois é que consegue ver que o outro também é, também sofre e assim por diante. Outra pergunta: vale a pena pedir à criança que diga coisas que ela não sente para outras pessoas? Vale a pena desassociar o que é sentido do que é dito? Lembrem-se que estamos falando da 1ª infância e de pessoas em construção social e psíquica. Se uma criança chuta a outra e tudo o que tem de fazer é pedir desculpas, pronto, o conflito foi solucionado…Só que não! Então o que fazer? Seja o exemplo! Peça você desculpas em lugar da criança. Meu filho quando tinha 2 anos mordeu o braço do primo, e ficou roxo na hora. Foi terrível a decepção que o primo sentiu em relação a ele! Eu me aproximei do meu sobrinho e relatei o houve: “vocês dois estavam pulando no sofá quando o LH se assustou e mordeu seu braço bem forte. Eu peço desculpas por ele! Eu não gostei do que ele fez. Ele não deve morder. Ele não sabe que isso doeu muito e não fez de propósito. Você gostaria de por um gelinho?” Enquanto eu conversava com o primo, meu filho observava tudo de olhos arregalados, durante a conversa EU fiz carinho no braço do meu sobrinho e o LH foi e fez também de vontade própria e perguntou “ele tá dodói?” O primo aceitou esse carinho de bom grado e recebeu as minhas desculpas com todo seu coração. Logo eles foram brincar de novo, mas sem pular Alí eu pude ser exemplo de empatia e mostrar ao Luiz Heitor que o primo estava com dor, que estava triste. Assim ele sentiu muito bem as consequências: o primo se afastou dele, a cara de decepção foi enorme e ele quase chorou nos contando.

Então antes de qualquer coisa acontecer, precisamos ser exemplos!