Vacina e maldades políticas

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Em fevereiro de 2021, tem-se, inicialmente, razoável expectativa de que o Brasil possa avançar na vacinação contra o covid-19. Morrem mais de 1.100 pessoas por dia colaborando para atingir os 240 mil óbitos. A epidemia prolongada eleva a probabilidade de novas mutações virais, que diminuem a efetividade da vacina. Israel já vacinou, com planejamento, 40% da população; e desenvolveu dois medicamentos: o EXO-CD24, inicialmente contra o câncer que se mostrou eficiente contra a covid-19; e o Allocetra, assim como o primeiro, também age como uma resposta inflamatória do sistema imunológico.
O governo brasileiro só conseguiu gastar, até agora, 9% dos valores liberado em caráter de urgência à compra e ao desenvolvimento de vacinas contra o covid-19, uma mostra do atraso da tentativa de vacinar em massa a população brasileira. Infelizmente, o Ministério da Saúde, focando o “tratamento precoce”, investiu na produção de 4 milhões de comprimidos de Cloroquina e Tamiflu, com recursos públicos emergenciais voltados a ações contra o covid-19. O governo emitiu medida provisória para crédito extraordinário em favor do Ministério da Saúde, de R$ 9,44 bilhões. Em março de 2020, Bolsonaro começou a defender a Cloroquina e diz já ter dado ordem ao Exército ampliar a produção em seu laboratório.
A propósito, o Gal. Villa Bôas, ex-comandante do Exército concedeu depoimento a Celso Castro, diretor do CPDOC da FGV, resultando na publicação do livro General Villas Bôas: conversa com o comandante. Descreve claramente o antipetismo entre militares e adoção de Bolsonaro como candidato a ser apoiado, por três razões: (1) denúncia de corrupção do Moro; (2) miséria econômica do período Dilma (?); revolta dos militares contra a criação da Comissão da Verdade que, segundo ele, não se ouviram os militares.
Em 2018, véspera do julgamento de um habeas corpus impetrado pela defesa de Lula, Villas Bôas escreveu no seu Twitter: “Asseguro à Nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e desrespeito à Constituição, à paz social e à Democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais”. Tal fala estremeceu o STF. Mesmo que Lula fosse absolvido, continuaria inelegível segundo a Lei da Ficha Limpa. A mensagem do Twitter do general marcou engajamento explícito das Forças Armadas na candidatura de Bolsonaro.
Os militares teriam seus motivos para tanto rancor: estavam revoltados com as conclusões da Comissão da Verdade. Todos que viveram a ditadura militar ou pesquisaram sobre o assunto sabem que houve excesso, principalmente nas gestões Médici e Geisel. Ninguém quer punir o Exército Brasileiro, e sim os militares que excederam o cumprimento das leis. Michel Temer, às vésperas do impeachment de Dilma em 2016, abordou o Gal. Sérgio Etchegoyen para saber o que o Exército faria se a presidenta caísse. Temer manteve o general Etchegoyen como um dos mais importantes ministros, além de remilitarizar o comando do Ministério da Defesa.
Aécio Neves, logo após perder a eleição para Dilma, em 2016, disse: “Vamos obstruir todos os trabalhos legislativo até o país ‘quebrar’ e a presidente Dilma ficar incapacitada de governar. Sem o poder legislativo, ela não consegue aprovar nada contra a crise e o desemprego e fica muito mais fácil derrubá-la.”.
Daí, observam-se pessoas que apoiam essas barbáries que, no íntimo acreditam ter fracassado em suas vidas, têm claramente mais tendência a acreditarem em fake news. Mentiras propagadas são mais fáceis de serem assimiladas pelos malsucedidos que querem acreditar que são vítimas de conspirações. Tais pessoas aderem à teoria do complô para se dar imagem heroica de si mesmos. Todavia, têm transtorno de personalidade narcisista, distinguindo-se dos outros que consideram fracos, mas essa ação serve para fugir da realidade. Por isso, esse governo!