Esperança?

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Em coletiva à Globo News, o Ministro da Saúde Pazuelo apresentou balanço das suas ações no Ministério. Relatou supostos fatos que não ocorreram, falou em previsões, como sempre, que se sabe que não ocorrerão. Atingindo 280 mil mortos pela epidemia do coronavírus, querendo mostrar eficácia em suas ações, logística, compra de vacinas, e providências para evitar mortes. Pazuelo, ao assumir o posto, registravam-se 15 mil mortes, entretanto, entre sua posse, maio de 2020, até março, houve uma explosão de quase 19 vezes o número de óbitos por Covid-19.
Pazuello está sendo ineficiente na condução do Ministério da Saúde, e surpreendeu até seus apoiadores, levando consigo 20 militares, onde muitos trabalhavam de farda camuflada. Em aparição ao lado de Bolsonaro, disse que sua função era obedecer, e foi enquadrado para que se contestassem benefícios de isolamento, uso de máscara, que a população usasse o kit preventivo, como cloroquina e ivermectina.
Por outro lado, o cenário de desemprego elevado e a inflação alta continuarão nos próximos meses, combinação que tende a pressionar ainda mais a popularidade de Bolsonaro. O índice indicador da miséria, calculado pela MB Associados, aproxima-se de 20 pontos, o nível mais alto desde 2016. Em 2012, tal índice era 12. Sabe-se que, para retomar o crescimento, é imprescindível o avanço da vacinação de forma eficaz, a manutenção do juro baixo e a expansão consistente da economia global.
Surgem comentários diariamente dos altos e crescentes preços dos produtos oferecidos nos supermercados. O valor do combustível cresce semanalmente, agora, acompanhado dos aumentos do preço de remédios, energia e gás. O que está acontecendo? Desemprego aumentou, salários de servidores públicos estão congelados por 15 anos, a inflação está subindo – o empobrecimento da maioria da população é fato que chama atenção e preocupa muito nestes tempos sombrios que se atravessa. No último domingo, radicais de direita, aos milhões, foram às ruas em todo o Brasil, sem máscara, solicitar volta da ditadura, recusar uso obrigatório de máscara e o fim de restrições de circulação e de abertura de estabelecimentos.
Enquanto morre-se asfixiado em filas de hospitais, o governo foge da sua responsabilidade. Negligência, irresponsabilidade, incompetência e ação sistemática de boicote às medidas preventivas, além de optar de não comprar vacinas em 2020, fazem o governo federal responsável direto por milhares de mortes que se acumulam todos os dias. Dados indicam que se vive o pior momento da pandemia, mas os súditos leais a Bolsonaro seguem minimizando a pandemia e sabotando as medidas de saúde para evitar a disseminação do covid-19. Quem são essas pessoas que contribuem para a morte de seus irmãos brasileiros e que seguem cheio de ódio?
A tragédia social é enorme e visível e não se pode vislumbrar somente os bem aventurados financeiros. O crescimento do PIB está despencando e a somatória dos problemas não terminará bem – somados à falta de vacinação, porque Bolsonaro dizia que jamais compraria vacina chinesa de Dória. No atual cenário, qualquer percalço pode constituir uma tragédia em potencial, e sabe-se que urge importar mais vacinas já! O populismo pandêmico mata. É provável que o Brasil passará de 300 mil mortes e os responsáveis por essa tragédia humana precisam ser punidos. Será que existe esperança? A ignorância de parte da população é tão grande: são tão frágeis em serem manipulados que se faz pensar que, enquanto os demais, representantes “saudáveis mentalmente”, restam agir, mantendo isolamento, uso de máscara, cobrar ampliação da vacina e proteção da vacinação, espaço cívico e democracia.