Siga o dinheiro!

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Para combater a corrupção, é necessário investigar a vida financeira dos suspeitos. As palavras de ordem em qualquer processo criminal são “Siga o dinheiro!”. JB chegou à presidência representando a revolta contra o sistema. Foi o voto de confiança na figura de um enviado divino libertador, com poderes e atribuições que aplicará ao cumprimento da causa de um grupo oprimido, prometendo acabar com a velha política brasileira.

Antes de iniciar, existe uma crise no seu governo. fato que trata com ingenuidade e onipotência. O desgaste é que Flávio Bolsonaro deve explicações sobre a movimentação atípica de R$ 1,2 milhão na conta do ex-assessor, e está movimentando coleta de assinaturas a fim de abrir uma CPI para tratar do assunto. Até agora, Queiroz não deu uma explicação e, estranhamente, Moro, que chefiará o Conselho de Controle de Atividades Financeiras – COAF e a Polícia Federal, não demonstrou interesse em investigar. Aliás, Moro diz que se deu por satisfeito com a explicação vazia de JB, calando também o Ministério Público e a Polícia Federal. Transformaram o silêncio em suspeita.

O futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, surtou quando interrompeu a entrevista ao ser questionado sobre esse assunto, e foi ingênuo ao supor que o silêncio de Queiroz poderia ser compensado por breves declarações de que não tem nada com isso. Todavia, o próprio Onyx Lorenzoni admitira ter recebido por duas vezes caixa dois, mas disse que já se entendeu com Deus.

O Subtenente Fabrício José Carlos Queiroz se aposentou da Polícia Militar em novembro, e comprou um apartamento na zona oeste do Rio de Janeiro por R$ 378.000,00. Estava nomeado no gabinete de Flávio Bolsonaro desde 2007. Queiroz fez 176 saques em espécie em 2016, e está sob suspeita de ser o responsável por recolher parte do dinheiro de servidores do gabinete de Flávio Bolsonaro. Queiroz permanece em paradeiro desconhecido.

Mais da metade dos depósitos em espécie recebidos por Fabrício José Carlos de Queiróz, ex-motorista de Flávio Bolsonaro, ocorreram até três dias do pagamento dos funcionários da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Logo após adquirir os valores, Queiroz realizou saques em espécie em quantias aproximadas às que haviam entrado em sua conta. O relatório do COAF indicou que pelos menos nove funcionários de Flávio Bolsonaro participaram dessas operações.

A política é o exercício de conciliar interesses e ideias contraditórias, mas o que ocorre fere o purismo ético e ideológico. O que está acontecendo é a entrega do nosso país aos ruralistas, evangélicos, militares e ideólogos da extrema direita. Há uma expectativa que existam possibilidades de nova crise global ainda mais devastadora porque os países ainda não se recuperaram da recessão de 2008. Como sair dessa se a perspectiva política não é boa? E aonde anda o Queiroz?