Vacinação Lenta e mortes aceleradas

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Completou um ano desde a chegada do Covid-19 ao Brasil, superando 253 mil mortos que lhe dão um vergonhoso segundo lugar no mundo, apenas atrás dos EUA, este com mais de 500 mil vítimas. É assustador que patrícios que parecem ignorar as deprimentes 1.200 ou 1.500 mortes diárias.
No Brasil, o número de mortos é 10% do total mundial (2,5 milhões), apesar da população brasileira ser apenas 3% da global. A maioria dos brasileiros não faz distanciamento social decente e não obedece às autoridades médicas. Muitos recusam vacinas, uso de máscara e insistem em manter contatos sociais em bares, boates, baladas, praias e ruas, comportando-se como rebeldes mimados e fazem questão de mostrar a falta de consciência social.
A logística na vacinação é a demonstração crassa de erros contínuos. O Brasil está na 19ª posição do ranking global de vacinação. Em seis semanas, aplicaram-se pouco mais de seis milhões de doses; porém, imunizando somente 3% da população. Com o avanço do número das mortes, 3% de vacinados não fazem nenhum efeito na redução das mortes. Grande parte do país está em situação de lockdown.
Falta coordenação para enfrentar o vírus, mas sabe-se que a vacinação, a única saída para por fim às mortes, entretanto, segue incerta e lenta. O Ministro da Saúde, Gal. Pazuello, atesta indiferença à epidemia galopante. Um sintoma da incompetência foi entregar no Amapá 78 mil doses de vacina destinadas ao flagelado Amazonas.
Pergunta-se: qual a razão do fiasco na escassez de vacinas? Quem foi que se dedicou mais a por em dúvida sua segurança e eficácia do providenciar encomendas? Quem desrespeitou às determinações sanitárias para passear sem máscara? Quem implantou a descrença pública da eficácia da vacina chinesa? O colapso do sistema de saúde em boa parte do país não permite relaxamento, principalmente das autoridades.
O mais assustador é que o Jornal Valor Econômico publicou pesquisa em 26 de fevereiro em que 32% afirmam que a vacinação está sendo bem organizada pelo governo Bolsonaro; e 31% confiam na capacidade dele em gerenciar a crise do coronavírus. Em que mundo vivem, o que pensam ou não pensam?
Imaginem se perguntar a uma alta autoridade o que fazer, ele cinicamente respondesse “Não sou coveiro” ou “E daí? Lamento.” ou “Quem for da direita toma cloroquina, quem for da esquerda toma tubaína”
Todos cometem erros em todos os níveis de governo e, como cidadãos, entretanto, o atual governo carrega consigo a maior responsabilidade pelas vidas cujas perdas poderiam ter sido evitadas. Chegará o dia em que essa negligência será cobrada na justiça. Pessoas conscientes estão assustadas com o desprezo da maioria, inclusive, pelo luto. Não se trata de partido; trata-se se humanidade, conscientização e competência – ou a falta delas.