Vergonha no G20 e na COP26

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Uma das marcas da viagem de Bolsonaro na cúpula do G20, em Roma, foi total isolamento. Ele não teve encontros bilaterais com líderes dos outros países presentes, demonstrando ter imagem de muito pouco prestígio entre representantes de países europeus e dos EUA. Totalmente deslocado e com raras inteirações, Bolsonaro foi embora antes do final do jantar oferecido pelo presidente da Itália. O evento expôs seu isolamento, pois foi ignorado pelo premier italiano que não lhe estendeu a mão (somente a Bolsonaro) e, ainda por cima, ficou de fora das rodas de conversas dos líderes das principais autoridades do G20.

Está claro que chefes de Estado dos demais países demonstraram pouco interesse em interagir com ele. Sobre um desejo antigo da diplomacia brasileira, a inclusão do Brasil na Organização para o Desenvolvimento Econômico – OCDE, a França, entre outros, é o maior opositor que esse fato ocorra antes das eleições presidenciais brasileiras de 2022. O governo bolsonarista não organizou conferência com a imprensa para fazer balanço da participação brasileira no G20. Extremamente isolado, Bolsonaro reduz o Brasil no G20 a caminhadas em Roma.

Isolado dos demais presidentes do G20, Bolsonaro resolveu passear pelas ruas de Roma e, ao ser abordado por jornalistas perguntando justamente por que estava isolado dos demais mandatários, foi hostil aos jornalistas e seus seguranças agrediram repórteres com socos e empurrões. No salão de café, antes do evento, como nenhum líder falava com ele, foi conversar com os garçons perguntando: “Todo mundo italiano aí?” Ele ficou grande parte sozinho, olhando outros líderes conversando. Afinal, ele não sabe inglês ou qualquer outra língua, fato que dificulta qualquer comunicação.

Isolado, Bolsonaro sentou-se ao lado de Paulo Guedes em um sofá distante dos outros líderes. Biden e Modi foram recebidos pelo Papa Francisco; Bolsonaro foi impedido de entrar no Vaticano porque não está vacinado. Também deixou de participar de vários eventos da cúpula do G20 e optou em passear por Roma. Ao invés de Bolsonaro se reunir com 120 líderes mundiais em Glasgow, na última segunda-feira, para debater sobre a maior crise do mundo: a mudança climática, na COP 26, ele foi para o município de Anguillara Vêneta, no norte da Itália, onde nasceu seu bisavô paterno. Lá, declarou estar emocionado por encontrar parentes e afirmou ter sido bem recebido na cidade.

A chegada de Bolsonaro mobilizou militantes de esquerda e de organizações antifascistas, contrários à sua política de extrema-direita, assim como um setor da comunidade brasileira que mora na Itália. Após a recepção, Bolsonaro almoçou com vários membros da família originária, alguns parentes próximos, em uma residência do século 17 da região. Simplesmente não foi à reunião da COP26 para juntar-se aos membros afastados da sua família. E quem está pagando os passeios e a viagem particular? O governo brasileiro! A viagem foi totalmente improdutiva: não participou de nada relevante, foi mal tratado pelos mandatários dos demais países, ficou isolado e gastou o dinheiro do povo brasileiro para fazer turismo! Espera-se mais de um presidente brasileiro! O G20 desrespeitou o Brasil por causa da incompetência bolsonarista, responsável pelo Brasil perder seu lugar no planeta.